quarta-feira, 7 de julho de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carnaval e Solidariedade



O Carnaval «civilizado» de Loulé surgiu, por iniciativa de um conjunto de importantes figuras louletanas, no ano de 1906, sob o tema da Paz, Amor e Carinho; tendo então gerado uma receita de 78$20.
O corso desenrola-se tradicionalmente, ao longo da principal artéria da cidade (Avenida José da Costa Mealha) e têm atraído ao longo dos anos muitos foliões, locais e forasteiros. São 104 anos de história, plena de recordações que atravessam gerações, e de mutações num sentido de um carnaval que apesar de ter mantido o espírito de catarse pagão, o tom de crítica social da sua génese mais remota; tem ganhado ao longo dos anos um cariz cada vez mais comercial.
À semelhança de iniciativa do ano anterior, o Carnaval recuperou o cariz social de outros tempos ("Bodo dos Pobres"). A Câmara de Loulé deliberou atribuir a receita proveniente da realização da edição de 2010 do Carnaval de Loulé à Instituição de Solidariedade Social da Serra do Caldeirão.
Esta instituição sediada no Barranco do Velho tem desenvolvido um importante trabalho em prol de povoações e gentes marcadas pelas vicissitudes características da interioridade, (Salir e Ameixial). Actualmente, tem em curso um projecto «para a construção de um Lar para Idosos e Lar Residencial para Deficientes, equipamentos que surgem como uma extensão funcional de valências do Centro Comunitário de Nossa Senhora da Conceição» (1) .
O custo das entradas no corso do Carnaval louletano é de dois euros, mas o seu valor social, como vemos, é muito maior.
Convida-se o folião a participar da imensa alegria dos festejos dos dias carnavalescos e a simultaneamente, ajudar a proporcioná-la a outros durante todo o ano.
(1)«Receitas do Carnaval de Loulé 2010 revertem a favor da Instituição de Solidariedade Social da Serra». Disponível em: http://www.cm-loule.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=4327 [acedido a 7 de Fevereiro de 2010].

Para mais informações:
http://www.cm-loule.pt
http://www.canaldosul.com/noticias.php?id=2019
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

22º Aniversário da Cidade de Loulé


Esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, Loulé comemora 22 anos de elevação a cidade. Para assinalar a data, irão realizar-se diversas actividades lúdicas e desportivas para os alunos das escolas, inseridas no Projecto "Escola Activa". Esta iniciativa tem lugar junto ao Monumento Engº Duarte Pacheco, entre as 10h00 e as 16h30.
À noite, pelas 21h30, o Convento de Santo António recebe o espectáculo "Uma Viagem Pelo Fado" com os fadistas António Pinto Basto e José Gonçalez. A entrada é livre



Da elevação a cidade ao centralismo regional

A 13 de Agosto de 1987 foi apresentada a proposta de elevação da vila de Loulé a cidade, subscrita pelos deputados do PSD, Mendes Bota e Cristóvão Norte. No dia 1 de Fevereiro de 1988 as aspirações dos louletanos são concretizadas através do decreto da Assembleia da República que aprova a elevação de Loulé a cidade.

Ao longo dos últimos anos a sede do maior concelho algarvio tornou-se uma das mais prósperas e bonitas cidades da região, preservando toda a sua raiz histórica.

Situada em pleno barrocal algarvio, Loulé é indiscutivelmente um dos centros mais importantes do Algarve, não só em termos populacionais mas sobretudo pelo facto de ser um dos pólos dinamizadores da economia regional.

Centro de grande dinamismo comercial, aqui se encontram desde o pequeno artesão que ainda trabalha ao vivo, até às modernas superfícies comerciais. Dada a sua centralidade e excelentes acessibilidades (próximo da Via do Infante, A2 e Aeroporto), Loulé é também cada vez mais uma cidade de serviços






Fonte: http://www.cm-loule.pt/

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Presépio Algarvio

Presépio Algarvio

No século XIX, no barrocal algarvio, nove dias antes do Natal, preparava-se a casa para armar o presépio ou armar o Menino, em cima da cómoda que estava em frente da porta da casa de fora. No chão, à frente, ficava uma esteira de empreita, muitas vezes com motivos geométricos polícromos.
A cómoda era revestida com uma toalha branca e com larga renda pendente. Em cima, colocava-se um pequeno trono em escadaria, também conhecido por altarinho, escadaria, penha ou charola, que imitava o altar-mor da igreja. À medida que se elevava, os degraus eram mais estreitos. Outras vezes, colocavam-se as medidas de cereal, em escadaria, para se formar o trono. Este era coberto com um lençol ou toalhas de linho, com uma dobra de lençol de lindas rendas, com panos bordados pela dona da casa ou pelas filhas solteiras, onde abundavam motivos de cor azul e encarnada.

Construído o trono, começava-se por ornar o Menino. As searinhas, germinadas dentro de chávenas ou pires pequenos, eram colocadas, no trono, com arte.

O trono era ladeado de jarras com verdura, onde sobressaía a murta, o loureiro, o alecrim, a aroeira e a nespereira. Nas paredes da sala, onde estava armado o Menino, colocavam-se também ramos de laranjeira, com laranjas, de loureiro ou ainda de nespereira. Outras famílias faziam um arco de verdura, à frente do trono.
Finalmente, colocava-se o Menino, feito pelo pinta-santos. O vestidinho fora já cuidadosamente lavado e passado a ferro. Outras vezes, vestia-se o Menino de novo. Este era o encanto das crianças, que não se cansavam de olhar para Ele, apesar do seu aspecto não invocar grande piedade, pois fora feito por um vulgar artesão. A mãe preparava uma lamparina (copo com azeite e pavio com fios de linho) e colocava-a em cima de um pratinho, à frente do Menino.

Uma característica, muito peculiar do Barrocal, é ornamentar o trono com laranjas. Ao lado do presépio colocam-se também cachos de laranjas dependurados na parede. Na zona marítima de Olhão, nas primeiras décadas do século XX, as searinhas estavam dentro das latas de conserva de sardinha.

O modo de armar este presépio encontra-se também na Ilha da Madeira. É a chamada lapinha. É construída com três ou mais passadas (degraus). É ornamentada com frutas e searinhas. Nos Açores, o presépio com o Menino em pé denomina-se altarinho. Tem searinhas a ornamentá-lo e, nas paredes da sala, ramos de laranjeira com laranjas. Esta tradição também se encontra no Brasil e em quase todas as nações da América Central e do Sul.

A presença das searinhas no presépio é compreendida pelo povo como uma bênção. São colocadas para o Menino “as abençoar” e para “dar muito pão às sementeiras”. Depois das festas, havia também o costume de colocar as searinhas no campo para crescerem porque estavam abençoadas. Mais tarde, o trigo recolhido era para mezinhas caseiras.

Para ornar o presépio e torná-lo mais vistoso, para além do trigo, introduziam-se outras espécies de sementes – aveia, cevada, lentilhas, alpista, tremoços, etc. – que são semeadas no dia 8 de Dezembro, festa de Nossa Senhora da Conceição. No concelho de Tavira, também se semeiam ervilhacas e grão de bico, no dia 1 de Dezembro, a fim de haver tempo suficiente para a germinação.

No Barrocal, as laranjas, colocadas no presépio, não eram apenas para ornamento. Possuir laranjas era sinal de distinção. Quando um afilhado ou pessoa amiga fazia uma visita na quadra natalícia, dava-se uma laranja que estava no presépio. Se vinha o médico ou o prior a casa, as famílias ficavam muito felizes e sentiam-se honradas se eles retirassem uma peça de fruta do seu presépio.

As imagens do Menino Jesus devem-se essencialmente aos pinta-santos ou faz-santos algarvios que surgiram no século XIX. Estes procuraram reproduzir as imagens dos imaginários, sobretudo o Menino Jesus e Jesus crucificado que, no Algarve, se chama Pai do Céu. A maioria das famílias algarvias, da zona do Barrocal e da Serra, no Sotavento, tinham em casa uma destas imagens. Era costume os pais oferecerem aos filhos, como prenda de casamento, a imagem do Menino Jesus e/ou do Pai do Céu, para ser colocada na casa de fora do novo lar. Na orla marítima, encontra-se a mesma tradição, sobretudo nos concelhos de Castro Marim e Tavira.

Estas imagens, de origem e características populares, criadas pelos pinta-santos, têm, habitualmente, cerca de 20 cm de altura e surgem colocadas em cima de uma penha de madeira.

Pe. José da Cunha Duarte, Natal no Algarve: raízes medievais, 2002

(adaptado)

FONTE: http://www.cgalgarve.com/presepio.html

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

«Porque o português que ganha eleições é como Jano, com uma cara na regressão do avô tirano e outra no avançar. Só é grande político o que consegue dialogar directamente com esse inconsciente colectivo.»

José A. Maltez , «Contra a tirania das maiorias, laranjas ou cor de rosa!», in Sobre o tempo que passa, blogger.com, 16.09.09, http://tempoquepassa.blogspot.com/